26 novembro, 2019

Atenção Plena na Raiva

—Thích Nhat Hạnh

"Quando quer que uma semente, digamos a semente da raiva, surja na nossa sala de estar e se manifeste como uma formação mental, a primeira coisa que nós podemos fazer é tocar a semente da atenção plena e convidá-la para entrar também. Agora nós temos duas formações mentais dentro da sala de estar. Isso é atenção plena na raiva. Atenção plena é sempre atenção plena em alguma coisa. Quando nós respiramos com atenção plena, isso é atenção plena na respiração. Quando nós comemos com atenção plena, isso é atenção plena no comer. Então, nesse caso, a atenção plena é atenção plena na raiva. A atenção plena reconhece e acolhe a raiva. O que quer que estejamos fazendo, seja cozinhando, varrendo, andando, respirando, nós podemos continuar gerando a energia da atenção plena, e a semente da atenção plena em nós se tornará mais forte.⁣

A raiva não é inimiga. Ambas atenção plena e raiva são nós mesmos. A atenção plena está lá não para suprimir ou brigar contra a raiva, mas para reconhecê-la e cuidar dela – é como um irmão mais velho ajudando um irmão mais novo. Assim, a energia da raiva é reconhecida e acolhida gentilmente pela energia da atenção plena.⁣

Nossos blocos de dor, mágoa, raiva e desespero querem surgir na nossa consciência, na nossa sala de estar, porque eles cresceram e precisam da nossa atenção. Eles querem subir, mas nós não queremos que esses convidados indesejados subam porque eles são dolorosos. Não queremos encará-los, então enchemos a sala de convidados. Ligamos para uma amiga. Pegamos um livro. Ligamos a televisão.⁣

Se pudermos aprender a não ter medo dos nossos “nós de sofrimento”, começamos a deixar que eles circulem e aprendemos como acolhê-los e a transformá-los com a energia da atenção plena. Reconhecemos, acolhemos e cuidamos dessas energias negativas.⁣

Toda vez que você dá às suas formações internas um banho de atenção plena, os blocos de dor em você se tornam mais leves. Então dê à sua raiva, ao seu desespero, ao seu medo, um banho de atenção plena todos os dias. Após alguns dias ou semanas trazendo-nas a tona diariamente e as ajudando a voltar novamente lá pra baixo, você cria uma boa circulação na sua psique."⁣

12 novembro, 2019

Psicoaroma? Aromaterapia? Óleos Essenciais?

Psicoaroma ou:


Psicoaromaterapia:

Aromaterapia: nome dado por René-Maurice Gattefossé em 1928, para a a terapia do uso dos óleos essenciais. 
Psicoaromaterapia é portanto o uso dos óleos essenciais aplicados mais especificamente às emoções, ao espectro psicológico.

Psicoaromatologia:

Aromatologia: nome recente, da década de 70, que cunha um espectro mais científico e farmacológico ao uso dos óleos essenciais, ampliando e especificando aplicações diversas como na agronomia, veterinária, medicina, psicologia, gastronomia, odontologia, etc



Aromaterapia e óleos essenciais:



Há milhares de anos, os chineses, egípcios e árabes iniciaram a arte de extrair e fazer uso dos óleos essenciais (oes).
Mas o termo Aromaterapia só surgiria na década de 20 por René-Maurice Gattefossé, Ph.D., um químico francês. E atualmente conta com o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS), como forma de tratamento que propicia harmonia entre corpo-mente.

Óleos essenciais são pequenas gotas entre as células vegetais de folhas, flores, frutos, raízes, gramíneas, resinas. Essas gotículas agem como hormônios, reguladores e catalisadores. O aroma exalado é geralmente muito agradável, pois serve de defesa à vírus, bactérias e micróbios que somente proliferam em ambientes fétidos.

A Aromaterapia utiliza-se somente de óleos essenciais (100% natural e vegetal) - que permitem uma troca orgânica tanto em sinergia entre os elementos (composição), como na sinergia vital entre a essência e o indivíduo a ser tratado.

Note que todo óleo essencial é uma essência, porém, nem toda essência é um óleo essencial!





11 novembro, 2019

Junípero


por Pedro Paulo Monteiro 

(...)

Pelo fato de o nosso corpo não ser uma máquina a produzir efeitos, baseados em suas causas, e sim uma complexidade simbólica, a aromaterapia propicia diminuir diversos sofrimentos, tais como: irritabilidade, raiva, inquietação, ansiedade, tensão de expectativa, angústia, medo, culpa, retraimento, apatia, indolência, pensamentos obsessivos que geram fadiga, melancolia, desconcentração, tristeza, depressão.

A aromaterapia é alquimia natural. Paracelso, por exemplo, dizia que um médico deveria aprender a linguagem da natureza para dominar a medicina. Atualmente, com o avanço da ciência tecnológica fica difícil acreditar no aroma terapêutico. As pessoas estão habituadas a pensar erroneamente somente em “problemas reais”, ou seja, problemas que possam ser analisados pelos aparelhos de medição. O que não se pode medir não significa que inexista.


O corpo é o palco de manifestação daquilo que somos. Ao estarmos bem, temos liberdade de expressão, caso contrário nós apresentamos movimentos bloqueados e lentificados. Tudo depende do ser e estar de cada um. Quando dizemos que estamos com raiva, não raro podemos estar inflamados. Ou quando dizemos que estamos de “saco cheio” podemos estar entupidos de secreção.


O corpo tem linguagem própria, recusa o pensamento lógico. Mesmo que queiramos dar coerência aos sintomas caímos na armadilha do erro. O corpo é história e, portanto, memória. Tudo está nele, e vem com ele na travessia do tempo.


Nesse sentido, a aromaterapia pode contribuir bastante em nossa prática. Se experimentarmos usar alguns óleos essenciais quando estivermos alongando, ou mesmo fortalecendo alguns grupos musculares, teremos efeitos no tratamento de todo o indivíduo. Por assim dizer, a relevância da aromaterapia associada à fisioterapia vai mais longe, porque trabalhamos o ser individual como um todo integral.

Por exemplo, eu atendo uma senhora de 80 anos de idade que apresenta artrose de joelhos. O joelho direito já sofreu artroplastia total, e o esquerdo estava caminhando para a cirurgia. Segundo ela, fez fisioterapia “liga e desliga” durante quinze anos, o que só contribuiu para mais dor e a cirurgia como último recurso.

Há um mês, além das técnicas convencionais de alongamento e organização corporal, estou usando óleo de Junípero (Juniperus communis) para eliminar a dor e diminuir os espasmos protetores. Ela já flexiona o joelho a 90 graus, o que antes parecia impossível. A dor tem diminuído muito, e ela já consegue subir e descer escadas. Como ela diz: “estou muito mais esperançosa”. Sem dúvida, não é somente o óleo de Junípero, mas com certeza ele tem feito diferença no processo terapêutico, principalmente no que diz respeito ao tempo de recuperação.


Pela perspectiva psicossomática podemos fazer uma leitura interessante. As articulações são nossas “encruzilhadas psicossomáticas”, a mobilidade que nos permite ir adiante. A artrose, como todos sabem, é a degeneração, a representação do desgaste temporal. Tudo o que carregamos através de nosso plano anímico-corporal. O joelho se curva, é a articulação que simboliza a humildade. Não quero afirmar que ela não seja uma pessoa humilde, mas ela sempre fora uma mulher a cuidar de todos, sem ter retribuição do cuidado. Ou seja, cuidar, sem aceitar ser cuidado é uma postura de falta de humildade para consigo mesma. Durante anos ela cuidou do pai doente até a morte dele, depois veio a mãe, e ela mais uma vez exerceu o seu papel de filha cuidadora, não encontrou ninguém para estar ao lado dela, e hoje vive sozinha. Ela se condenou, carregando no corpo as dores (artrose) da recusa em curvar-se sobre si mesma e aceitar se libertar.


O arbusto do Junípero nasce por toda a região mediterrânea, e tem propriedades purificantes e desintoxicantes. Está sempre verdejante - o símbolo do momento presente, da renovação. Assim, possui efeito de limpar o passado, renovar o presente, e permitir o caminhar em direção ao futuro.


A dor é sempre resistência, recusa do fluxo da vida, imolação. O corpo serve de referência para entendermos que algo precisa ser modificado, porque ele é uma estrutura dinâmica.
Portanto, ela está conseguindo abandonar o passado e seguir adiante, rumo a novas descobertas. Não há idade certa para fazer ou deixar de fazer qualquer coisa. O tempo é agora.
Tudo começa onde estamos. Somos poesia porque somos autoconstrução contínua.


Para finalizar, eu acredito na poesia do corpo, e como está escrito no livro Quem Somos Nós? O Enigma Do Corpo:

“A poesia utiliza-se de uma linguagem metafórica que tem ritmo, pulsação. Do mesmo modo, o corpo humano existe porque tem ritmo e pulsação sustentados por campos eletromagnéticos. Sabemos que a matéria é constituída por partículas minúsculas em um vasto vazio do espaço, unidas por campos elétricos. Em síntese, o corpo é plástico porque é energia em ação.” (Monteiro, 2004:14)




Interações Instintivas

por Milene Siqueira


       
      Cada ser humano possui um aroma único, um cheiro impresso tão individual quanto sua impressão digital, embora não seja estático.
      A impressão olfativa, é um padrão em constante estado de fluxo, determinado por uma variedade de fatores, incluindo: composição genética (principalmente etnia), estado de saúde, os alimentos que ingerimos, os remédios que tomamos, e até mesmo a água que bebemos!

      Nosso corpo é constituído de dois tipos de glândulas sudoríparas: as apócrinas e écrinas. A responsável pelo conhecido mau cheiro são as apócrinas que estão localizadas nas axilas, couro cabeludo e virilha, a secreção destas glândulas é drenada, não por poros da pele, mas pelos folículos dos pelos destas regiões. Este suor além de água e eletrólitos como o das glândulas écrinas, contém ainda gorduras e proteínas, e alguns outros elementos como hormônios e alcalóides, derivados de certos alimentos que podem produzir odores próprios. Essas gorduras e proteínas entram em contato com as bactérias da pele, produzindo o mau cheiro (bromidose). É na puberdade que estas glândulas intensificam a sua atividade.

     Teoricamente quanto mais verduras e frutas forem usadas na alimentação mais sutis as pessoas tenderiam a se tornar. Porém, esse capítulo fica à parte, pois além de complexo, depende muito de cada organismo, e principalmente da combinação de alimentos x enzimas digestivas. Porém é importante conhecer seu comportamento digestivo, e adequá-lo a uma alimentação que lhe faça "cheirar bem"! 

     Estados emocionais também alteram o cheiro do corpo notavelmente, e tudo é um ciclo: estados corporais gerando estados emocionais, e vice versa, e em meio disto: o odor!

     Nem sempre a pessoa consegue notar o seu próprio cheiro. Pessoas com maior contato com os óleos essenciais se beneficiam, pois conseguem aos poucos diagnosticar outros diversos aromas - incluindo os de seu próprio corpo -, vão percebendo sutis diferenças, estando assim alerta ao início de desordens, infecções. Aguça-se a percepção olfativa, e estende-se para outros níveis.


     O sentido olfativo da mulher é geralmente mais discriminativo do que o do homem, daí uma interpretação biológica para a “intuição” feminina. 
     No corpo, o vômer, ou órgão vomeronasal (OVN), com suas células quimiosensitivas, é o responsável por detectar sinais químicos como os feromônios, e regula comportamentos sexuais e sociais. Em comparação, talvez possamos dizer que o órgão vomeronasal esteja para o nariz, como o cerebelo está para o cérebro! 

     Pessoas sem olfato (anosmia) tendem a problemas sexuais, hormonais, incluindo órgãos reprodutivos pouco desenvolvidos. Pessoas com redução do olfato (hiposmia) - o que é bastante comum de acontecer ao longo da vida -  geralmente tem a diminuição da libido.

     É toda essa impressão olfativa que determina muitas de nossas respostas instintivas aos outros, aqueles que nos atraem, aqueles de quem não gostamos, e aqueles com quem escolhemos nos unir. Se nossos padrões mudam, a química do nosso corpo também reage, repelindo o outro. Vamos nos afastando, olhamos de lado, não encaramos, como quem quer colocar o nariz longe.

 
     ICH KANN IHN NICHT RIECHEN, é uma expressão em alemão que ilustra bem o quanto o cheiro é fundamental, significa “não posso cheirá-lo”, que é uma afirmação de um intenso desgosto. E sem cheirar, "desgostosa" vai ficando a vida!

    E acredito que a aversão também possa ser uma das causas psicossomáticas para a diminuição ou mesmo perda olfativa - como uma maneira inteligente do corpo em permanecer em relações que não "cheiram" mais bem!




Aromacologia



 Você sabia que em menos de 1 segundo somos capazes de detectar inúmeras substâncias presentes no ar, em concentrações tão baixas que nenhuma máquina construída pelo homem detectaria?

   Aromacologia é um termo criado para descrever o conceito desenvolvido para o estudo das inter-relações entre psicologia e tecnologia de fragrâncias. A marca AROMA-CHOLOGY® foi registrada em 1989, pelo Sense of Smell Institute, formalmente conhecido como Fundação para Pesquisa do Olfato



      (OBS: O termo Aromacologia se refere a como todo tipo de odor interfere em condições psicológicas, não somente a utilização de óleos essenciais (naturais) como a Aromaterapia prediz.)

     A Aromacologia trabalha ativando determinadas áreas do sistema límbico e do hipotálamo, que controlam a maioria das funções vegetativas e endócrinas do corpo.

   
A Aromacologia foca alcançar os efeitos positivos causado pelos aromas em todo organismo, nas emoções e no humor, para trazer bem-estar e melhorar a qualidade de vida humana. Em paralelo, o tratamento terapêutico realizado através do emprego dos óleos essenciais deve sempre ser conduzido e orientado por um médico ou terapeuta especialista, que avalia e acompanha o quadro de cada paciente, analisando-o dentro de uma abrangente visão, levando em consideração os aspectos físicos, mentais e emocionais de cada indivíduo. 


   A indústria da perfumaria e cosmética vem trabalhando cada vez mais com o conceito da Aromacologia, com o objetivo de desenvolver estudos e pesquisas para acompanhar os efeitos das fragrâncias sobre o comportamento humano.Os nervos olfativos terminam numa região do cérebro que não usa o mesmo tipo de lógica dos nossos centros do intelecto. Embora os odores formem um tipo de sistema de comunicação, não podem constituir uma linguagem, pois funcionam por associações e imagens e não são analíticos. Esta área é chamada de sistema límbico. 

   O sistema límbico envolve uma área do nosso cérebro relacionada com a nossa memória e os instintos mais primários de sobrevivência que herdamos do reino animal como: fome, sede, sexo, defesa.Os cheiros agem justamente nesta área, estimulando reações comportamentais positivas ou negativas, podendo com isso auxiliar a trabalhar traumas, distúrbios de personalidade e alterações comportamentais.oi descoberto em 1992 que os sesquiterpenos dos óleos essenciais possuem a capacidade de romper a barreira sanguínea do cérebro afetando a amídala, que é a área do cérebro que grava e relembra traumas emocionais. 

    O Dr. Joseph Ledoux da Universidade médica de Nova York percebeu que o efeito de óleos essenciais inalados sobre a amídala pode auxiliar na liberação de traumas emocionais guardados.

   Cada doença possui uma relação específica com características psicossomáticas e neste ponto é onde a psicoaromaterapia possui sua mais potente ação, podendo ajudar no clareamento mental das condições psíquicas que tem gerado as doenças. 

  Cada pessoa reage aos aromas de uma maneira diferente. A qualificação que damos ao cheiro depende de questões sociais, gostos pessoais, experiências relacionadas com os cheiros, o tipo de alimentação que temos e hábitos de vida. Mas existem reações específicas a cada cheiro memorizados e guardados como uma carga genética e que trazemos como herança de nosso processo evolutivo da natureza. Ao longo de milhares de anos os seres vivos foram evoluindo.
Durante este processo evolutivo eles foram retendo memória de experiências vividas não só espiritualmente, mas também em sua carga genética. A maior parte desta informação genética está vinculada no cérebro diretamente ao sistema límbico.

(...)




07 novembro, 2019

Energia e mente na saúde

Por Leila Massière
(...) 
As medicinas do Oriente são também bastante emancipatórias: permitem que o doente deixe de ser paciente e se torne protagonista de seu processo de cura a partir do autoconhecimento. A medicina chinesa, por exemplo, baseia seus diagnósticos em uma compreensão profunda sobre como as emoções afetam cada órgão interno, cada órgão dos sentidos, cada tecido, cada função orgânica.
A tristeza, luto ou pesar (e por que não dizer a carência?) afetam os pulmões, diminuindo consideravelmente a energia do corpo. O peito se fecha, a respiração encurta, o corpo se curva e a imunidade cai. Surge a depressão, um rótulo que, por vezes, em nossa visão ocidental apressada, se cola rapidamente na testa sem que se permita olhar para dentro, inspirando e expirando. A habilidade do pulmão é deixar ir o que já não cabe mais, abrindo espaço para o novo, respeitando os ciclos da vida e a impermanência.
A preocupação, ancorada em desejo e apego, atiça a fome e afeta o estômago, que chega a queimar, ao mesmo tempo em que nos lança para um momento futuro desconectando-nos do presente, o que acaba por desgastar-nos, enfraquecendo a musculatura e o sangue. Daí um cansaço constante, que piora após o almoço e vem acompanhado daquela imensa vontade de comer doce — porque cada órgão também está ligado a um sabor.
O medo é um frio que percorre a espinha. Pode dar aquela dor lombar ou atacar o ciático. É o que acontece quando nos sentimos sem chão e nossas raízes estão ameaçadas. Com o tempo, os ossos também podem ficar fracos. Afeta os rins, e se vier com força, podemos até perder o controle dos esfíncteres — musculatura das estruturas que os chineses chamam de “orifícios inferiores”. Mas também tem um medo mais quente, como o ciúme e as manias de perseguição, que podem esquentar a urina e gerar infecções.
O fígado se arvora com a raiva ou suas nuances, tais como a irritação e a impaciência. A raiva é uma emoção quente, e quanto mais quente e explosiva ela for (ódio e ira), mais ela esquenta nosso corpo e nosso sangue. Surgem coceiras aqui e ali. A raiva sobe, e com ela nossas taxas de pressão. A cabeça fica quente e dói, pulsando, isso se não estourar um vaso sanguíneo. O fígado também está no comando dos olhos, e por isso a irritação deixa os olhos vermelhos. Podemos ficar cegos de raiva, perdendo a amplitude do olhar e enxergando apenas o alvo, no centro, prontos a atacar.
Ela ainda pode se misturar com a tristeza, gerar culpa (raiva de si mesmo) e mágoa (raiva de quem consideramos e não nos retribuiu), afetando fígado e pulmões ao mesmo tempo. Outro aspecto interessante é que o fígado está atrelado aos nossos desejos, ao que nos impulsiona. Ele, juntamente com sua parceira, a vesícula biliar, vão nos dar coragem para tomar atitudes em direção ao que queremos realizar. Mas se nos sentimos incapazes, surge a frustração. A energia fica bloqueada e não circula adequadamente, causando obstruções e dor por todo o corpo (nó na garganta, angina, prisão de ventre, cólica e principalmente, dor e rigidez da musculatura e das articulações), o que também acontece quando não expressamos nossa raiva. Mas a raiva pode cessar sob o efeito da compaixão, a emoção positiva do fígado, que nos torna capazes de enxergar pelos olhos do outro e, assim, compreendê-lo, quem sabe até ajudá-lo.
O coração é diretamente afetado pela euforia, uma alegria artificial e excessiva, obtida por constantes estímulos externos. Seu desequilíbrio manifesta-se na língua e a pessoa dana-se a falar, desembestadaÉ no coração que mora o que os chineses chamam de Espírito Supremo (Shen), mas que a gente pode chamar de EU, para simplificar. Se este EU é forte e autocentrado, bate no peito para dizer orgulhosamente “EU sou isso, EU sou aquilo”. E como é o EU que gosta ou não gosta das coisas, ele aparece no brilho do olho, sempre que nos conectamos com algo externo. O excesso desse brilho gera apego e ansiedade.
A falta dele também é chamada depressão — aqui, menos triste que a do pulmão, tendendo à apatia. Quando me perco do EU, surge baixa assertividade, incoerências e até transtornos psiquiátricos. Mas esse Espírito Supremo também é capaz de manifestar lucidez, deixando de se perceber separado do outro e se conectando com tudo e com todos a nossa volta. Passamos a nos alegrar não apenas com nossa própria alegria, mas com a alegria do outro. Com o tempo, isso nos torna capazes de gerar benefícios a todos os seres que se aproximam. Aí, o brilho do olho fica autônomo. Brota alegria genuína e constante.
(...)
Mas não nos esqueçamos dos poderosos recursos da medicina ocidental e da alegria que é poder contar com seus incríveis avanços quando a porca já torceu o rabo. Nos dias atuais, a lógica da produtividade em saúde mercantiliza o sofrimento e massacra tanto pacientes quanto profissionais. Quanto mais doente está a população, mais a indústria farmacêutica lucra. Mas em sua origem, todos os saberes médicos surgem de uma qualidade inata do ser humano: um imenso desejo de cuidar, de diminuir o sofrimento do outro.
Se adoecemos, sejam as medicinas orientais ou a ocidental que escolhemos como tratamento, o importante mesmo é que precisamos conversar com nossa doença. Buscar entender como ela brota e como estão nossas emoções quando aquele sintoma chega. Mesmo que elas se escondam, sorrateiras, cavuque. Tem hora que não queremos olhar dentro, parece que vai doer ainda mais e achamos melhor deixar doer só no corpo mesmo. Mas vale a pena. Há que se almejar a cura das marcas deixadas por vivências dolorosas que, sem serem descortinadas, seguirão conosco por anos a fio. Tá certo, podemos precisar chorar um bocado, mas vamos compreender, e é só assim que se cura um adoecimento em sua base.
De um jeito ou de outro, vai passar. Se compreendermos que o corpo é mesmo perecível e tanto a decrepitude quanto a morte são mesmo inevitáveis, percebemos que a verdadeira cura transcende o corpo. É a cura dos condicionamentos da mente. É possível estar livre deles. Em verdade, já estamos.

01 novembro, 2019

Lavanda Francesa é tão eficaz quanto Lorazepam


por André Ferraz (11/01/18)

(https://www.youtube.com/watch?time_continue=372&v=Qu-POD9je0w)


A ansiedade é considerado o mal do século pela Organização Mundial da Saúde. Hoje, a grande maioria das pessoas vive uma vida ansiosa, causada correria e desgastes da vida moderna, principalmente em grandes cidades e centros urbanos.
Mas você pode ter no seu bolso um frasco de óleo essencial tão eficaz para a ansiedade quanto o Lorazepam!
Eu mesmo durante a adolescência até a vida adulta sempre fui muito ansioso. Com 9 anos de idade cheguei a responder a uma dentista que me sentia ansioso. Hoje, eu não me considero uma pessoa ansiosa, mas tenho, devido a compromissos e responsabilidades, momentos de ansiedade. Logo que percebo que estou começando a ser tomado pela ansiedade, faço uma meditação com óleo essencial e retomo o meu centro.
É muito difícil viver sem ansiedade, porém é importante que você saiba que tem recursos para mandar para sua consciência a informação de que você está seguro, confiante e tranquilo.
Uma pesquisa conduzida na Alemanha provou que o óleo essencial de Lavanda Francesa é tão eficaz quanto o Lorazepam para transtorno de ansiedade generalizado.
A pesquisa foi feita com 77 adultos, metade deles recebeu meio miligrama de Lorazepam e a outra metade oitenta miligramas do remédio Silexan, patenteado na Alemanha. O Silexan possui quatro gotas do Óleo Essencial de Lavanda e é usado internamente.
Durante 6 semanas, apenas uma vez ao dia, os participantes recebiam Lorazepam ou o Óleo Essencial de Lavanda Francesa. Após o período de tratamento, os cientistas repetiram os testes psicológicos e o grupo que utilizou o Óleo Essencial de Lavanda Francesa reduziu em 52,5% o nível de ansiedade contra 40% do grupo medicado com Lorazepam.

Por que utilizar o óleo essencial de Lavanda?

A resposta é simples: o Óleo Essencial de Lavanda Francesa não tem os efeitos colaterais indesejáveis como têm os benzodiazepínicos, que são fadiga, sonolência, perda da libido entre outros.
Se você é ansiosa ou conhece alguém que sofra com isso: não deixe de ter um vidro de Lavanda com você! O uso pode ser feito por inalação ou por ingestão.  Ao contrário do que muitas pessoas falam, o uso interno de óleos essenciais para muitos desequilíbrios é seguro e eficaz, como foi comprovado no estudo apresentado.

Como tratar?

Então, pingue 4 gotas de óleo essencial de Lavanda em uma colher com mel, coloque debaixo da língua e engula. Você deve fazer isso apenas uma vez ao dia durante 6 semanas e 52,5% da sua ansiedade será reduzida!
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obs por Milene:
- De preferência, faça a ingestão à noite e beba 1 copo de água após. Pode começar com menos - 1 a 2 gotas, pode ser o suficiente, principalmente se a Lavanda for Fina/highland (alta altitude), mailette, que contém maior teor de linalol. 
Lavandula Angustifolia/Officinalis (França)
- Não use se a sua pressão for muito baixa.
- A ingestão também pode ser substituída por inalações diretas.
A ingestão de oes não é regulamentada no Brasil, porém há benefícios que podem ser indicados no caso de alguns oes, sem que haja contra indicações. De qualquer maneira, é sempre recomendado a procura de um Aromaterapeuta especialista em ingestão.